quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Mãe de Intercambista

Rafaela está na Itália a menos de uma semana e a ficha está caindo aos poucos.
Porto Alegre, bye bye
Quem tem filho adolescente sabe o quanto eles enchem a casa. Mesmo que nos coloquem limites quanto à organização de seu quarto, suas coisas, ficamos tranquilos porque eles simplesmente estão ali.
Os movimentos para esse intercâmbio começaram em 2017. Ela desistiu e no ano passado, em meados de outubro ela finalmente se decidiu. Tomada a decisão, fomos atrás do que precisava. A AFS sempre foi a nossa opção pela seriedade com que trata os intercâmbios e seus demais programas.
Amigos se despedindo
O período entre encontrar a família, atividades com a AFS e a partida passou voando.
Quando me dei conta estava no aeroporto com minha mãe, meu irmão e vários adolescentes amigos da minha filha, inchados de chorar depois que ela se despediu e entrou na sala de embarque.
Meu irmão, Rafa, o pai
dela e minha mãe
Naquele dia me senti muito mal fisicamente indo para casa, com náuseas e muita dor na nuca. E depois que minha mãe saiu, chorei muito. Deixei extravasar... precisava muito fazer isso. Estava deixando sair um misto de dúvidas, medo, nervosismo, cansaço acumulado, angústia e muita, mas muita saudade.
A Rafaela sempre viajou sem mim, desde pequena, com o pai dela, com meus pais ou com seus amigos. Mas os períodos nunca ultrapassaram quinze dias. Desta vez ficaremos um ano longe. 
A nova família no
aeroporto de Palermo
Isso significa que vou ter que aprender a viver comigo mesma, mudar rotinas, aguardar ansiosamente por um "oi" pelo whats ou uma chamada de vídeo.
Cada vez que ela me diz que está feliz, me sinto igualmente feliz por ela ter tido essa oportunidade, por estar realizando um sonho, amadurecendo e vivenciando outra realidade.
Ser mãe de intercambista é torcer para que a pessoinha que está lá do outro lado do mundo se realize, expanda seus horizontes e que volte motivada para buscar seus objetivos, sejam eles quais forem.
Confesso que não é fácil. Nem um pouco. A Rafaela está comigo há dezesseis anos. Nasceu pequeninha e foi crescendo, sempre uma criatura doce, carinhosa, sensível, imaginativa e muito meiga. Características que são inerentes a ela, mesmo quando se esforça para ficar zangada com alguma coisa.
Indiscutivelmente, o que mais me faz falta mesmo é sentir o cheirinho do cangote que nunca mudou desde pequena, de poder protege-la do mundo no meu abraço, essas coisas que só quem é mãe sabe...
Mas, em detrimento de tudo isso, o desejo de vê-la alçar vôo, tomar o controle de sua vida e tornar-se uma pessoa madura e confiante me faz esquecer todo o resto.

O mundo é teu, Rafaela. E podes voltar a qualquer tempo que meus braços estarão sempre te esperando, porque eu te amo mais do que tudo na vida.

Recepção em Roma aos 400 intercambistas do mundo todo!
Rafa e sua "sorela" Rachele
Manas no primeiro dia de aula
Sciacca
Sciacca
Rafaela e os intercambistas de Honduras e Sérvia




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Sinta-se em casa!