domingo, 8 de dezembro de 2013

Música

Eu amo Rock. Adoro artistas de rock. Fazem parte de minha vida. Quando posso leio as biografias e faço associações entre um e outro, influências e coisa e tal.
Mas como começou isso tudo?
Da forma menos convencional possível.
No carro onde viajávamos tínhamos um toca-fitas auto-reverse (um luxo na época) onde rolava basicamente Zé Ramalho, Elton John e muita MPB.

Quando moramos em Casca, meu pai comprou um 3 em 1 Phillips. E mais discos MPB e internacionais tipo Julio Iglesias (¬¬).
Powerslave
Mudamos para Sertão, numa época em que, no interior, era difícil de chegar qualquer tipo de novidade.  Tinha um viajante que passava por lá de vez em quando com o porta-malas cheio de LPs para vender.
Era a onda do Menudo (que eu detestava) e meu pai comprou um disco deles, uns discos de MPB e, pasmem, o disco do Iron Maiden, o Powerslave. Quem conhece a discografia sabe que a capa é colorida, com desenhos e tal. E essa foi a desculpa do meu pai, quando colocou no toca discos e o heavy metal rolou desenfreado e ele fez aquela cara assustada de "que que é isso???". Eu amei, eles odiaram. A combinação era de eu ouvir mais baixinho para não incomodar. 
Então, de repente, entrou no dial da FM a Atlântida de Passo Fundo. Naquelas terras ermas, era o que de mais próximo à civilização conseguíamos ouvir. Nas madrugadas, fingindo dormir, ligava o Motorradio do meu pai, sintonizava a Globo AM e ficava escutando músicas esporádicas do centro do país.
Depois apareceu Michael Jackson, super midiático, e a partir daí mais e mais bandas e artistas entraram no meu rol de preferidos. 
Anos se passaram, por volta de 87, já morando em Muçum, um vizinho meu e eu fazíamos umas festinhas de garagem para a turma, e numa dessas eles me emprestou um disco que era o seu xodó: The Cure, Standing On a Beach - Singles, ou mais conhecido como o "disco do velho".
Standing On A Beach
Cada melodia do disco me remete ao tempo mais mágico da  minha vida, tempo de descobertas, de paixões, de adolescência. Uma época que ainda está viva dentro do meu coração.
E, com o tempo, comecei a conhecer um universo maravilhoso, ouvi muito Ramones, Billy Idol, Legião, TNT, Cascaveletes, e uma infinidade de sons que íamos agregando ao nossos plantel musical, meus amigos e eu. 
Fiz vestibular, mudei para Porto Alegre e aqui descobri uma FM que era a minha cara. Tudo, absolutamente tudo que rolava era bacana e maneiro (ainda é): Ipanema FM

Curti muito intensamente o movimento grunge: Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains, Soundgarden. Sofri muito quando Kurt se suicidou.
Mr Zappa
Enfim, apareceu a internet, novas possibilidades, o mundo nas nossas mãos. E quando eu falo para a Rafaela a história do vendedor de discos itinerante, ela nem imagina o que era viver naquela época, sem acesso, mas com muito apego ao que se tinha!
Outros tempos, mais músicas, mais possibilidades. 
Ultimamente escuto muito o Superplayer, onde ouço rock, blues, jazz, eletro swing, ... mas quer saber? Não importa a classificação musical. O que importa é que sempre tem lugar para o novo, mesmo com tantos velhinhos habitando meu íntimo. Meu coração é gigantesco. O que fizer minha cabeça no momento é o que importa! Listen to the music!!!



2 comentários:

  1. Eu tive a sorte de ter 2 irmãos mais velhos que curtiam (e ainda curtem) rock, eles compravam todos os discos de rock que existiam e eu cresci ouvindo o que agora é o clássico do rock. Meu pai tinha paixão por música erudita e fazia questão de ter o melhor equipamento para ouvir seus discos, ou seja eu fui privilegiada!
    O único problema é que a Júlia escuta as músicas mais horrorosas possíveis e nós dividimos o mesmo carro...
    Beijos
    Laís

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  2. que texto bom, Marilia! tambem conto para o Pedro como era dificil chegar discos novos em Pelotas, mas nesta era de internet é quase impossivel para ele visualizar um mundo assim... lembro das fitas auto reverse! outro dia escrevi um texto sobre as fitas que a gente gravava, fazendo seleçao de musicas, algumas do radio e pela metade, vou achar pra te mandar! bjs!

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