quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Preconceito

Ainda consigo ficar chocada com determinadas arbitrariedades e atitudes dignas do século passado. Num mundo onde "não há o que não haja", eu deveria passar batido, ficar insensível, olhando meu próprio umbigo, mas não consigo.
Hoje pela manhã acompanhando o programa de notícias, fiquei pasma ao saber que um menino, que a reportagem disse ser black power, foi proibido de se rematricular. Isso depois de a mãe, no mês de agosto, ter sido advertida de que o pequeno deveria cortar o suposto cabelão.

Quando apareceu a criança na tela, fiquei chocada. Não tinha nada de black power... e mesmo se fosse. O que poderia ter de impeditivo na criança continuar frequentando a escola?
Depois de nem avisarem a mãe sobre a rematrícula, quando ela foi ao local disseram que o tempo expirara e não havia mais vaga.
Que eu saiba, aluno matriculado em escola particular sempre tem preferência e vaga garantida, ainda mais que o menino passou com ótimas notas para o ano seguinte e tinha bom comportamento.
Isso é pre-con-cei-to. Preconceito velado, mas é.
O que aquela mãe, que na reportagem diz ter sido vítima de preconceito quando criança, deve estar sentindo? E a criança, pequena, já sabendo que o seu cabelo é motivo para ser considerado inferior aos outros, ou no mínimo, diferente? Sendo assim não pode frequentar o mesmo ambiente dos coleguinhas. Até quando isso ainda vai acontecer?
Não que justifique, mas se fosse em algum lugar ermo, onde os costumes ainda estão mais arraigados, onde as pessoas ainda fazem distinção de sexo, cor, idade, onde todos sabem da vida de todo mundo... mas foi em Guarulhos, do ladinho de São Paulo, minha gente!
Então, quando digo que perdi a esperança no ser humano, não é em vão.
Lucas Neiva - 8 anos






4 comentários:

  1. Já leu os comentários na reportagem da globo? É tão pior quanto a notícia. Sinto frustração misturado com indignação de ser brasileiro nestas horas. E em muitas outras também...

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  2. Inacreditável Belini...os comentários são piores que a notícia em si.

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  3. Marília,
    enquanto vc assistiu essa reportagem ignorante, hoje eu vi o contrário. Fui ao Poupa Tempo fazer uma segunda via do meu RG, e o rapaz que estava orientando a fila era um negro, cujos cabelos eram de um estilo que eu não sei descrever, mas eram tufos arrepiados pra cima. Eu fiquei olhando e pensando que finalmente as pessoas estavam podendo ser elas, porque finalmente alguém descobriu que a capacidade está em outro lugar, não nos cabelos ou na roupa que se veste.
    Que pena que essa escola agiu assim.
    Um beijo
    Jussara

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  4. um menino lindo, com um cabelo natural, qual o problema? Mundo louco mesmo esse em que vivemos.

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