sábado, 19 de julho de 2014

A Minha Pérola

Hoje ao acordar tarde, bem mais tarde que nos dias normais, me deparei com a notícia da partida do insuperável Rubem Alves.
Fiquei assistindo várias entrevistas que ele deu ao longo de sua vida. Encantador. Essa é a palavra que define aquele homem. No presente. 
Ele sempre estará vivo em sua obra. Assim como o grande Ubaldo que há pouco nos deixou também.
Fico aqui conjecturando o quanto desperdiço de meu tempo com situações que não merecem essa atenção desmedida.
Também penso que a exemplo de um dos textos mais maravilhosos de Rubem, quanto tempo perdemos não fazendo o que gostamos. Sim, porque segundo ele, o que se faz sem paixão não nos credencia a momentos felizes.
E quanta coisa tenho feito sem vontade. Bem menos do que quando eu queria abraçar o mundo, é verdade! Mas continuo. E tenho tentado arduamente não valorizar o que não me traz nada de bom. Isso é muito difícil  mas é necessário.
Segundo o querido professor e seu exemplo clássico da ostra, só produziremos pérolas se formos machucados a exemplo deste singelo animalzinho. Caso algo ruim nos aconteça, nos machuque, é nesse momento que devemos tornar aquela dor, aquele sofrimento em superação, em resiliência, ou seja, tornarmos aquele aprendizado uma joia como a pérola da ostra.
Pessoas que não sofrem e ostras que não produzem pérolas são apenas seres que passam ao longo da vida.
Estou sentida, chateada, e com certeza, assim como todos os brasileiros muito mais pobre sem essas sumidades que acabaram de nos deixar.
Queria que Rubem soubesse que existem muitas pérolas sendo produzidas por causa da sua partida nesse momento.
Deixo aqui uma das entrevistas mais queridas para um documentário.
RIP Rubem, RIP João Ubaldo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sinta-se em casa!