segunda-feira, 14 de julho de 2014

Finitude

Seguidamente essa sensação de "pra que tudo isso" me incomoda. Ultimamente tenho pensado muito nisso e tento me policiar.
De vez em quando, ao quebrar a cabeça com algum tipo de problema corriqueiro, simplesmente largo de mão e o que vem à minha mente é de que não tem porque, logo tudo virará fumaça, se esvanecerá como pó... 
Claro que esse tipo de pensamento, analisado assim rapidamente pode levar um psicólogo ou um estudioso de mentes a pensar em depressão, em algum tipo de problema interior profundo ocasionado por traumas de infância, sei lá. Mas não é o caso. Esse é um sentimento libertador na verdade!
Eu não estou triste, não me sinto depressiva - e olha que conheço muito bem meus sinais de alerta - e não sinto raiva do mundo, o que já é algo muito significativo. 
O único grande "senão" de me despojar de interesse em coisas inúteis é que as vezes pode parecer que não me importo com nada nem ninguém e isso não é verdade. Quem me conhece sabe que me importo.
O que realmente tenho deixado de lado são coisas que não posso mudar, coisas que dão errado por minha absoluta falta de persistência e que não são objeto de meu desejo. 
E, analisando friamente, se todo mundo agisse assim a quantidade de conflitos no mundo diminuiria consideravelmente.
O fato é que a maioria das pessoas quer ter muito, quer ser muito e não consegue nem um e nem outro. Neste meio tempo, em busca do impossível, a vida vai saindo pelos dedos que nem areia. E aquele tempo que passou, é passado. Simples assim. Só vale daqui em diante. 
Sabe aquele tempo que você tem de fazer algo que realmente valerá a pena e você decide entrar numa rede social e ficar discutindo por causas que nunca defenderia se não fosse sentado na sua poltrona confortável, dentro de sua casa? Então, para que? Opinião todo mundo tem, mas infelizmente não é de opinião que esse mundo precisa. Precisa de atitude, e é por isso que tenho deixado para lá quando vejo grandes discussões sobre o nada, ou brigas sobre coisa nenhuma. 
Na minha adolescência, quando um amigo meu se suicidou e gerou uma comoção enorme na cidade pequena onde morávamos, ouvi uma sensata frase do meu pai, que na hora me pareceu muito cruel. Hoje faz todo o sentido. Ele disse mais ou menos assim: "Daqui vinte anos, quando vocês estiverem em plena vida produtiva, com filhos, com carreiras, serão raros os que lembrarão dele." Agora eu sei que foi uma grande estupidez da parte deste meu amigo, que machucou muita gente que o amava. Mas hoje tenho certeza que só a família lembra todos os dias do fato. Os outros seguem seus rumos assim como eu.
Passamos por aqui como uma nuvem no céu, a vida é fugaz e todos os minutos, até os mais sacrificantes tem que ser vividos em busca do que nos faz sentir melhores. O resto é resto. E como não creio em nada além deste plano e desta vida, tenho que tratar de aproveitar tudo que dá. Depois que o interruptor desligar, c´est fini.
De resto, bom dia e boa semana a todos.

Um comentário:

  1. Este é o exercício da minha vida, especialmente, profissional. Sou uma chata, acho que as pessoas deveriam ser minimamente (atenção ao minimamente) competentes e educadas. Não quero que ninguém me ame, no trabalho, ou que se fale aquela frase ridícula de que "aqui somos como uma família". Só quero respeito e competência. Daí, acaba que fico me amofinando por coisas, pessoas e, pior, instituições que eu não tenho o poder de mudar, por mais que minha ideologia aquariana queira. Vejo coisas que Deus duvida e minha irmã diz que só acredita porque sou eu que conto, se fosse outra pessoa ela ia levar como delírio. E várias vezes tenho que me doutrinar com uma espécie de mantra: "não és a Mulher Maravilha, não vais mudar todo um sistema sozinha, relaxa e faz bem o TEU trabalho" ou "não vais ganhar nenhum Oscar por isso, faz o que é possível e foca em outros aspectos da vida". É o que sobra para os competentes, CDFs (no bom sentido) e conscientes neste país...tentarem ser um pouco medíocres para não pirarem ou serem alvo de ataques.

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