terça-feira, 21 de abril de 2015

Pais e Filhos

Fazia tempo que eu não escrevia. Escrever no sentido de liberar os dedos no teclado a esmo.
Pois bem, faz dias que me pego pensando no tempo que já vivi, que já cheguei e já ultrapassei a metade do caminho. E isso não me deixa chateada.
A sensibilidade destes dias me permite pensar que eu esteja preparada para o que virá. A única coisa que eu gostaria era de ter saúde para poder cuidar de quem tanto cuidou e cuida de mim.
Embora a gente não queira pensar nisso a decrepitude e a velhice chegarão para quase todos. E o ocaso da vida será o mesmo desde que o mundo é mundo.
Gostaria de poder dar conforto, carinho e cuidados aos meus pais e, se não fosse pedir demais, que eu pudesse ter isso também.
Depois que o tempo passa, a gente amadurece e começam a fazer sentido todas as palavras e recomendações que ouvíamos quando crianças e jovens.
E, inevitavelmente eu me vejo repetindo com a Rafaela as mesmas ladainhas, os mesmos pedidos e, para a minha sorte absoluta ela é muito mais compreensiva e menos geniosa do que eu fui na mesma idade dela.
Saber que nosso corpo desenvolve silenciosamente algum tipo de doença ou mal me faz sentir medo, uma sensação de impotência, porém evito tornar esse pensamento uma coisa constante. Dessa forma eu ficaria de novo doente. Depressiva. E assim abriria as portas do meu organismo para todas as outras patologias. Não quero mais isso para mim.
Neste momento o que eu sinto mais falta é de poder estar mais tempo com meus pais, perto deles, desfrutando das suas companhias, do seu amor, de toda a sua experiência.
Nada de mim seria possível se não fossem eles dois.

As duas criaturas mais especiais e de quem aprendi absolutamente tudo que é correto e ponderado. De quem herdei os traços e os trejeitos. De quem eu recebi educação e devolvi muitas vezes respostas mal educadas e rompantes adolescentes sem sentido. 
Hoje eu sinto tanta saudade todos os dias que não hesitaria um segundo caso surgisse uma oportunidade, de tê-los perto de mim.
Peço longa vida aos dois, muita saúde e esse infinito estado de amor que os mantém unidos, mesmo nas intempéries que assolam todas as famílias de vez em quando.
Com todo meu amor, dedico esse texto à dona Rosa e ao seu Luiz, meus jovens velhos pais. Eu amo vocês.

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Sinta-se em casa!