sexta-feira, 8 de maio de 2015

Cambará do Sul - RS

Viajar é muito bom e nem sempre precisamos ir muito longe.
Neste último feriado fomos em grupo, de carro para Cambará do Sul, nos Campos de Cima da Serra

O que tem em Cambará - para quem gosta de esportes ou de contemplação vai encontrar o que fazer lá. As paisagens são lindas. Deslumbrantes. Não falta opção para eco entusiastas nessa cidade.

Estrutura da Cidade - achei pouco estruturada, pequena e rústica. Ainda dá para investir muito e quem tem grana para colocar pousadas, estalagens, hotéis, restaurantes vai conseguir um retorno muito bom. 
Eu em Fortaleza
Apesar de ter avisos para preservação em vários lugares nas trilhas falta pessoal do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio para acompanhar nas trilhas, monitorar as pessoas, evitar jogar lixo, e, principalmente orientar os individuos não se aproximarem muito das bordas dos canyons. É tudo muito livre, você pode inclusive se jogar dali e não haverá ninguém para te impedir. Na Fortaleza principalmente, não sei se por questão de preservação mesmo, não há nenhuma proteção. Me arrepiei duzentas vezes na visita vendo as pessoas se arriscarem pela melhor foto. Mas enfim...

Passeios - Visitamos na sexta a Fortaleza e no sábado o Itaimbezinho. 
Na Fortaleza (23 km do centro de Cambará) não se paga para entrar, apenas tem um controle do ICMBio na entrada, um banheiro e uma torneira de água. Faz pouco tempo que o acesso é controlado (há poucos anos era possível acampar lá). A vista é indescritível e pelo que consta em alguns registros é o canyon mais profundo. 
Neste dia tinha neblina, portanto o ideal é ir de manhã em dias ensolarados para ter mais noção da beleza do local. 
Existe a opção de conhecer a Pedra do Segredo no meio do trajeto mas como ninguém queria se molhar (tem que atravessar o rio) fomos direto para os mirantes naturais. No mais alto deles, em dias bons, é possível enxergar a cidade de Torres (litoral gaúcho).
Véu de Noiva
No sábado tomamos café e fomos para o Itaimbezinho, cerca de 18 quilômetros do centro de Cambará. Ali tem mais estrutura e mais proteção além de um centro de informações com banheiros, água e uma maquete dos canyons. Fizemos primeiro a trilha maior, de 3 km para ir e 3 km para voltar até o local chamado de Cotovelo. Depois fizemos a trilha para a cascata Véu de Noiva. É mais curta e muito linda.
Não sei dizer de qual dos dois eu gostei mais, mas a verdade é que cada um é especial ao seu jeito. Amei!

Pousada Brisa dos Canyons - A pousada é super simples, tem uma decoração meio esquisita, mas é limpinha, é barata, tem café da manhã gostoso e o pessoal é muito querido (Valdeci e Cinira). 
A única coisa que não curti foi o chuveiro pois nossa cabana era alta e a vazão da água era pouca. Os outros do grupo acharam os chuveiros bons.
Recomendo. 
Avaliações do Trip Advisor.

Sugestões - Para quem vai de Porto Alegre para lá de carro, acredito que a rota mais bonita seja a que a gente fez. Fomos pelo caminho de Taquara, São Francisco de Paula e Cambará. Para quem tem tempo pode ir parando, degustando pinhão que é vendido cozido (e cru) na beira da estrada por moradores locais. As paisagens são lindas.

- Recomendo também ir com mais de dois dias para poder aproveitar bastante. 
- No caminho para o Itaimbezinho tem um local que vende geleias artesanais, produção orgânica, tem plantação de mirtilo, framboesa e amora e criação de ovelhas. Um verdadeiro achado. Duma sensibilidade ímpar. Vale entrar e ser recepcionado pelos donos Claudia e Vico, degustar as geléias e cervejas artesanais e curtir um dos recantos mais adoráveis de Cambará. O nome do local é Querência Macanuda e o de seus produtos é Sabores da Querência. A recomendação da proprietária é visitar em dezembro, época de colheita das frutas. Recomendo. E este jabá é por minha conta mesmo.
- Após a visita no Querência Macanuda paramos no restaurante do Cambará Eco Hotel para comer truta, também no caminho para o Itaimbezinho. Eu comi a
Cotovelo
truta ao molho de amêndoas com legumes salteados. De comer ajoelhado. Estou para dizer que foi melhor do que a truta que comi em Ushuaia. Uma delícia e não está fora dos padrões de preço que se encontra por aí. Também recomendo.

- Se a visita for mais longa, é interessante procurar uma das opções de guias e roteiros turísticos locais. 

Impressões - acredito que se fosse num outro país, que incentivasse mais o turismo e a preservação, talvez esse fosse um local mais divulgado, mais cuidado e intensamente visitado. Apesar da exploração ainda estar crescendo ainda carece de estrutura de apoio e de melhorias na própria cidade que é muito humilde.  
Em contrapartida o charme está todo aí mesmo. É tudo meio rústico. E sempre tem aquela coisa de que turista brasileiro não sabe cuidar e valorizar o que é seu, na maioria das vezes. 
Neste caso caberia aos órgãos de preservação tomarem atitudes proativas em conjunto com os responsáveis por fomentar o turismo naquela região para que sendo super visitada, impactasse o mínimo possível no ambiente do local, retornando o que fosse arrecadado em melhorias na cidade de Cambará e seus habitantes. Eles merecem!

Algumas fotos -
Segunda trilha Itaimbezinho
Habitante local - corvo
Cascata
Lareira
Geléias - Sabores da Querência
Suculentas - Sabores da Querência
Turma
Pousada
Pinhão
Amo
Campo em Itaimbezinho
Araucárias - amo!
Graxaim


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