terça-feira, 18 de outubro de 2016

Depressão

Faço tratamento para depressão há cerca de 17 anos. 
Sempre tive tendências depressivas, mas resolvi buscar ajuda quando adulta,
porque meu desânimo estava afetando a minha vida como um todo (profissionalmente, socialmente e individualmente). 
Para ajudar ainda desenvolvi TOC com alguns comportamentos obsessivos compulsivos que me faziam perder boa parte do dia atrás de rituais e cismas.
Bom, o lance é que na época ainda tinha um pouco de preconceito mas se eu pudesse, hoje, dar um único conselho para qualquer pessoa aleatoriamente eu diria: busque um profissional pelo menos para você se conhecer, se dar conta das tuas ações e reações, porque isso pode te facilitar a vida incrivelmente.
Comecei procurando uma psicóloga com a qual continuei por catorze anos. Mas só isso não foi suficiente e ela me encaminhou ao psiquiatra que começou a medicação. A diferença foi gritante de como eu era e como me sentia depois de tratada.
Ainda assim, algumas vezes larguei a medicação por achar que não precisava mais. Ledo engano. Recaí todas as vezes e cada uma delas foi pior que a outra.

O que eu aprendi com o meu tratamento

- que apenas o profissional pode dizer quando e como parar/continuar o tratamento.
- que o paciente deve ter acompanhamento para a vida toda, mesmo que sejam necessárias apenas consultas eventuais para o médico saber como você está.
- que a parte mais importante é a terapia, seja com psicólogo ou com psiquiatra. Falar ainda é uma das melhores ajudas que você pode ter. Através da psicoterapia você consegue autoconhecimento.
- grupos de ajuda são interessantes porque você escuta outras experiências e pode, através da percepção do outro aprender sobre si mesmo.
- depois de anos com uma dose que me mantinha no limiar entre bem e mal, um dos médicos com que me tratei sugeriu aumentar porque percebeu que sempre que me perguntava se eu estava bem, eu dizia "melhor que antes". Ele me questionou e disse que estava disposto a aumentar a dose do medicamento para saber se eu de fato me sentiria bem e deu certo. Realmente me sentia melhor com a dose mais baixa mas ao aumentar vi que a diferença se tornou enorme. Hoje persisto nessa dosagem maior porque estar melhor que antes não é suficiente para mim; quero estar muito bem.
Empatia entre o paciente e o profissional é fundamental. Não foram poucas as vezes que não retornei a um consultório por absoluta falta de confiança e descaso do profissional que me atendeu.
- Parar a medicação por conta própria é um desastre. Atrasa sua melhora, restringe tua vida, e enquanto o paciente poderia estar bem tem que retomar todo o processo de novo, a não ser que não queira mais voltar ao tratamento.
- Depressão é coisa séria. Não é birra, não é chatice, não é exibicionismo, não é busca por atenção. Quando alguém brinca que está deprimido ou que é bipolar tenho vontade de socar, porque depressão ou qualquer outra doença psiquiátrica são assuntos muito sérios. 

Espero ter sido clara.
Abaixo uma tabelinha simples da diferença entre tristeza e depressão.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sinta-se em casa!