Um Mundo à Parte

Alguns anos atrás passei uns dias numa praia famosa aqui da região sul do Brasil, onde apenas pessoas muito endinheiradas (ricas mesmo, lavando dinheiro, emergentes, o que seja) tem casas. Ou melhor, mansões.

Percebi que é um mundo do qual jamais farei parte. Um mundo exclusivista, onde pessoas de fora só serão permitidas eventualmente e onde provavelmente só haja envolvimento entre seus integrantes.

Neste mundo à parte, mesmo que eu ganhasse na Mega ou enriquecesse minha conta de banco, ainda assim, não seria aceita.

Você nasce ou não neste meio. Se não nascer, poderá até orbitar em torno dele, como um satélite, mas nunca será vista por "eles" como uma pessoa com DNA exclusivo dessa estirpe de sangue azul e luz própria.

Na verdade é bom nem ter contato com aquele mundo onde o que você ganha por mês é pago num jantar em um restaurante ultra selecionado.

É bom evitar perceber que seu carro, pago em duríssimas e muitas prestações, vale o preço da calota do carro importado do habitante dessa zona exclusivíssima da sociedade.

Também seria conveniente nem armar sua barraca na mesma areia perto desse pessoal, porque com certeza você seria estigmatizado, visto como uma tatuíra gigante que está tendo o desplante de pisar nas areias fofas daquela praia que não é particular, mas é "deles".

Sabem, o mundo é cruel. Mas tem coisas que é melhor a gente, aqui do lado de baixo da pirâmide, nem saber que existem. Assim fica menos dolorido acordar todo santo dia para trabalhar e receber o suado dinheiro que nos é de direito.

Simples assim.