Toda segunda-feira é a mesma coisa: prometo que vou me cuidar, prometo que vou na academia, prometo ser mais organizada, prometo ser menos perdulária, prometo, prometo, prometo!!! Mas promete para quem cara pálida? Pra mim mesma, ué!
É uma maneira, talvez, inconsciente-consciente de validar o reinício da rotina. Ter algum objetivo faz com que as coisas sejam mais fáceis, mais suportáveis.
Na realidade, se eu pensar direito, o que tenho é simplesmente o minuto atual. O futuro é tão remoto como imprevisível. Não adianta prometer nada. Eu não sei se daqui uns dez minutos eu ainda continuarei aqui, viva. E se estiver, em que condições me encontrarei.
As projeções de futuro, lá nos meus vinte anos, costumavam ser para meses ou anos adiante. Hoje eu penso em amanhã, quando muito. Como estarei e o que farei.
Não adianta tentar enganar o tempo. Claro que planejar algumas coisas como viagens, poupança, é bom para a saúde emocional da gente. Mas por exemplo, por que sofrer por antecedência sobre alguma coisa ruim que ainda não se concretizou e a gente nem tem certeza que vá ocorrer?
Eu tento me policiar muito sobre isso porque a minha tendência pessoal é de sempre pensar negativamente sobre as minhas escolhas, situações, ou o que quer que me remeta ao futuro próximo.
A vida não é sempre um mar de rosas. Moro num país absolutamente negativista - apesar de ser o país da piada pronta - e o dia-a-dia não coopera para que seja diferente. Porém, se eu ficar refém disso, a única coisa que eu vou conseguir é uma úlcera ou coisa pior.
Então lá vou eu para minhas promessas de novo: prometo ser mais positiva (ahã) e pensarei mais nas coisas que eu tenho e sinto agora.
E agora eu sinto que estou gorda. Prometo que vou emagrecer... daqui uns meses.