sábado, 2 de agosto de 2014

Fechar os Olhos

Eu gostaria de partir dormindo. Se não fosse pedir muito, de um instante para outro.
Não acho que seria interessante sofrer e fazer sofrer quem me rodeia.
O ideal é que o fim fosse escutando uma música que se gostasse, ou assistindo um lindo por do sol, ou estando no carinho do abraço de quem amamos muito. Ou os três juntos!
Simples. Fechar os olhos para nunca mais abrir. 

Como aquela vela que se apaga a um sopro, sem resistir, calma e docemente.
Morrer não deveria ser sofrido, deveria ser apenas a coroação de uma vida. Considerando que todos levassem uma vida boa.
Tem dias, confesso, que eu desejaria que esse momento fosse apressado; noutros dias gostaria que jamais existisse.
Dizem que todo o humano recebe de presente a inteligência quando nasce, e, em contrapartida uma cruz que é saber que vai um dia morrer. Somos os únicos animais com essa "sapiência" inata e isso nós torna, na maioria das vezes, ridículos demais.
Ostentação, orgulho demasiado, inveja, mesquinharia, avareza, e toda sorte de maus sentimentos não levam a nada, na realidade. Só servem para apressar o momento onde o interruptor será enfim desligado.
Voltando à origem deste post, ao cerne do que me consome agora, queria, se pudesse, dizer a cada uma das pessoas e seres que amo muito que sem pestanejar daria minha vida por eles. Por cada um deles.
Mas tenho apenas uma. E de pouca serventia. E tão curta que fico angustiada quando olho para trás e vejo que talvez, daqui em diante eu tenha menos tempo do que os anos que já vivi. 
O que me ocorre então, é que quero muito aproveitar cada milissegundo ao seu lado meus queridos, porque se eu for atendida em meu próprio desejo, pode ser que de repente, escutando Seven Nation Army ou abraçando um de vocês ou assistindo um por do sol - ou os três, já pensou? - eu simplesmente feche os olhos, feliz e para sempre.
Dedico esse texto ao meu pai, minha mãe, minha filha, meu mano, meu namorido, meus amigos, meus felinos.
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Trilha sonora para ler este texto...

Um comentário:

  1. Minha mãe sempre dizia que queria morre dormindo.Na época, eu era jovem e não entendia o realismo dela diante da morte. Ela era sábia. Aquela sabedoria de quem viveu pulando e contornando obstáculos durante toda a vida. Afinal, com uma doença grave no coração (por ter fumando e muito durante quase toda a vida), sabia que iria cedo. Morreu dormindo, como quis. Hoje, adulta, madura, indo para a "idosidade" vejo que era, nada mais do que um desejo realista e pragmático. Também acho que a morte devia ser encarada com mais tranquilidade (na medida do possível), pois faz parte da vida. Atualmente penso muito nisso também e gostaria de ir de um modo fulminante, sem muita ou nenhuma dor de preferência hehehe. Não tenho medo da morte, em si, mas da dor. E a gente pensa mais nos que ficam, pois estes é que vão sentir. Principalmente os que dependem de nós.

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