terça-feira, 2 de setembro de 2014

Insanidade do Tempo

A insanidade do tempo passando rápido por nós... olhando para nossa cara lá do pelotão da frente e sorrindo, impávido, como se soubesse que é insuperável, intransponível, impassível perante nossas tolas tentativas de retardá-lo.
O tempo nos mostra que tanta coisa é em vão todo o dia... e tantas outras coisas que não são vãs ficam relegadas ali atrás da porta como que esperando que as recolhamos ao nosso abraço, para serem bem vividas, pelo menos uma vez mais na vida.
Quando o universo surgiu, o tempo nasceu e começou a correr, desde pequeninho. 
Pelo tempo passaram muitas milhares de criaturas e todas, sem exceção, umas mais morosas que outras, sucumbiram a ele.
Não entendo direito a idade que o tempo tem, mas considerando toda sua vida pregressa, creio que ele tenha chegado à sua adolescência...

Sim, a adolescência do tempo, cheia de variações de humor... ora correndo loucamente quando precisaria ir lento, ora atirado, demorado e modorrento quando seria necessária sua pressa.
O tempo, esse lindo vilão, é muito mal entendido. Vive nos avisando que está passando.
Basta olharmos no espelho ou velhas fotos... compararmos nós conosco mesmos e sentirmos que ao longo dos anos a nossa agilidade foi dando lugar a cadência dos passos lentos; os cabelos cheios de vida agora encurtaram, rarearam e branquearam; os pequenos que balançávamos em nossos braços estão no mundo com seus próprios castelos no ar.
Mas não! Insistimos em pensar-nos imortais, subestimando o tempo que continua a acenar lá da frente, irônico, nos distraindo do momento em que cairemos, tropeçaremos e não mais o alcançaremos.
Ah, o tempo... meu amigo tempo. Obrigada pelos avisos quase inaudíveis mas constantes, obrigada pela passagem das estações, obrigada pela cronologia necessária para me fixar neste lugar neste imenso universo de seres e planetas dando a impressão que sou relevante. E você? Continuará rindo lá na frente do pelotão da vida em direção ao ocaso da sua própria existência.

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