No dia 13 de março chegamos em Plentzia, cidade litorânea que fica distante 25 quilômetros de Bilbao. A ideia era ficarmos em Plentzia e durante o dia ir a Bilbao de trem urbano passear, retornando no final do dia.

Nosso hotel era bem bacana, com saída independente. Tínhamos cozinha, sala, quarto e banheiro. Deixamos o carro num estacionamento livre a poucos metros, deixamos nossas malas e saímos para conhecer. Conseguimos a reserva pelo Booking e foi bem tranquilo. O lugar é realmente encantador.
Plentzia tem cerca de 4000 habitantes e foi fundada em meados de 1230. Sobreviveu ao longo dos tempos, muito por conta da pesca e também, da já abolida pesca de baleias.
A cidade tem um centro antigo pequeno, casas remanescentes do século XVI, o rio que desemboca no mar e forma um atracadouro gigante de barcos de todos os tamanhos, uma marina bonita, diversos restaurantes e bares (todos fechados por conta da pandemia) e uma orla magnifica, especialmente no final da tarde.
Tem todos os requisitos para ser um local de descanso, lazer e contemplação. Pena que estivemos lá numa época tão complicada.
A Rafaela viajou nesse dia da Sicilia para Roma, de Roma para Frankfurt e seu vôo partia à noite para o Brasil. Fomos dormir e na madrugada uma mensagem de que o vôo tinha voltado a Frankfurt pois uma pessoa passou muito mal. Fiquei muito triste.

Decidimos nesse dia antecipar o retorno ao Brasil. O que descobrimos em seguida que não seria tarefa fácil. Consegui trocar o vôo TAP que tínhamos para Portugal uma semana depois para segunda feira, de Madrid a Lisboa. A ideia era sair da Espanha o quanto antes pois o governo estava pensando em fechar as fronteiras. Decididos, pedimos mais uma diária e resolvemos partir na segunda e não no domingo como era planejado. Também desfiz as reservas de Santander e Gijon. O Paulo desfez a reserva de Airbnb de Madrid. Algumas coisas nos foram ressarcidas e outras não.
Enfim, ônus de se viajar numa época incerta em que tudo que conhecíamos, nunca mais seria como antes.
Passamos o dia dando uma pequena caminhada, vendo as notícias na TV e me informando da situação da Rafaela.
Dia 15 de março - neste dia o governo instituiu lockdown em toda Espanha. Só poderia sair uma pessoa, para ir ao supermercado ou farmácia. Todo resto esrava proibido.

Durante a tarde acompanhamos a maré da janela: ela enchia o canal e esvaziava algumas horas depois. Quando ela estava cheia, podíamos ver vários cardumes na água límpida. Nossas janelas davam para o canal e só tinha uma rua no meio. Do nosso jeito jeito achamos uma maneira de aproveitar nosso último dia.
No meio da tarde o tempo fechou, esfriou e começou a chuviscar.
Passamos até a hora de dormir tentando contato com a TAM de todas as maneiras possíveis para adiantar nossa passagem que seria no dia 27/3 (de Lisboa pra São Paulo) para qualquer dia depois do dia 16/3. Após muitas e infrutíferas horas nos telefones não conseguimos nada.
Pelo menos a Rafaela chegou ao Brasil e em Porto Alegre.
Fui dormir mais aliviada por saber que ela estaria em casa, sã e salva.
Dia 16 de março - Amanheceu chovendo demais. Ajeitamos nossas coisas, tomamos café e corremos até o carro.
A viagem até Madrid teria 411 km. Transcorreu perfeitamente bem. Não tinha ninguém nas estradas, muito pouco movimento.
A viagem até Madrid teria 411 km. Transcorreu perfeitamente bem. Não tinha ninguém nas estradas, muito pouco movimento.
Atravessamos inclusive uma nevasca e temperaturas abixo de zero.
Ao chegarmos em Barajas, abastecemos o carro pra entregar e devolvemos na AVIS.
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